sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Doenças Negligenciadas e a Indústria Farmacêutica


As doenças negligenciadas afetam quase que exclusivamente as pessoas pobres e impotentes que vivem nas áreas rurais de países de baixa renda. Para a negligência é o “assim chamado intervalo 10/90, que se refere ao fenômeno pelo qual apenas 10% dos recursos de pesquisa em saúde estão concentrados em 90% do conjunto de doenças globais”. 


Doenças que ocorrem principalmente entre as comunidades pobres que vivem em países em desenvolvimento atraem particularmente pouca pesquisa e desenvolvimento. O mecanismo do mercado, que determina a pesquisa e o desenvolvimento, deixa de atender às chamadas “doenças negligenciadas” já que elas não prometem bom retorno sobre os investimentos. 

Grande parte da pesquisa e do desenvolvimento concentra-se em medicamentos que tratam condições crônicas contínuas, como doenças de coração ou colesterol alto (como o uso de estatinas no controle dos níveis de gordura do sangue, atuando no bloqueio enzimático durante a tranformação de HMG-CoA em mevalonato, na síntese de colesterol), em detrimento de curas e vacinas que não têm o mesmo potencial contínuo de mercado.

Dentre os inúmeros exemplos de doenças negligenciadas, nest post será tratado sobre três doenças que pertencem ao quadro epidemiológico brasileiro, e igualmente ao piauiense:
               
                Doença de Chagas ou Tripanossomíase Americana: doença tropical parasitária causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e transmitida principalmente por insetos da subfamília Triatominae (barbeiro, presente na cana-de-açúcar, por exemplo) além da contaminação por transfusão de sangue ou transplante de órgãos.
Dentre os sintomas, destacam-se a febre, dor de cabeça, inchaço no local da mordida e alargamento dos ventrículos do coração. A forma crônica é diagnosticada pela presença de anticorpos no sangue para T. cruzi no sangue.  

Apesar do avanço significativo no controle da infecção vetorial e por transfusão de sangue, ainda hoje existem cerca de oito milhões de pessoas infectadas. Desses, cerca de dois milhões já se encontram na fase crônica. Estima-se que apenas 0,5% destes recebam tratamento. O número de mortes é hoje de cerca de quatorze mil por ano. 

Ainda constitui a doença parasitária responsável pelo maior número de mortes na América Latina, superando a malária. Há uma grande produção científica sobre a doença, mas investimentos ainda insuficientes.


* Gráfico referente ao número de artigos produzidos sobre Doença de Chagas.

               Leishmanioses: apresentam-se de duas formas, visceral ou tegumentar, conhecidas como calazar e úlcera de Baurú, respectivamente. 
Destaque especial será dado ao calazar. É uma zoonose comum ao cão e ao homem. É transmitida ao homem pela picada de mosquitos flebotomíneos, que compreendem o gênero Lutzomyia (chamados de "mosquito palha" ou birigui, espécie brasileira) e Phlebotomus.
No Brasil existem atualmente 7 espécies de Leishmania responsáveis pela doença humana, e mais de 200 espécies de flebotomíneos implicados em sua transmissão. Trata-se de uma doença que acompanha o homem desde tempos remotos e que tem apresentado, nos últimos 20 anos, um aumento do número de casos e ampliação de sua ocorrência geográfica, sendo encontrada atualmente em todos os Estados brasileiros, sob diferentes perfis epidemiológicos.
Existe uma vacina para os cães no mercado, já regulamentada pela ANVISA, desde 2003. No entanto, há ainda muitas lacunas, havendo concentração de estudos em aspectos da patologia e da imunorregulação, em detrimento de um conhecimento maior acerca dos vetores, localização especial e a busca de uma vacina eficaz para o homem.
               Dengue:  é uma doença tropical infecciosa causada pelo vírus da dengue, um arbovírus da família Flaviviridae, gênero Flavirírus e que inclui quatro tipos imunológicos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Os sintomas incluem febre, dor de cabeça, dores musculares e articulares e uma erupção cutânea característica que é semelhante à causada pelo sarampo. Em uma pequena proporção de casos, a doença pode evoluir para a dengue hemorrágica com risco de vida, resultando em sangramento, baixos níveis de plaquetas sanguíneas, extravasamento de plasma no sangue ou até diminuição da pressão arterial a níveis baixíssimos.
O número de casos da doença tem aumentado dramaticamente desde os anos 1960, com cerca de 50 a 390 milhões de pessoas infectadas todos os anos. As primeiras descrições da doença datam de 1779, sendo que sua causa viral e seu modo de transmissão foram descobertos no início do século XX. A dengue tornou-se um problema global desde a Segunda Guerra Mundial e é endêmica em mais de 110 países diferentes. Além de eliminar os mosquitos, pesquisas para o desenvolvimento de uma vacina e medicação diretamente orientada para esse tipo de vírus são formas de controlar a doença.
Como já dito anteriormente, não é tão vantajoso para as indústrias farmacêuticas gastar em recursos e pesquisas para solucionar doenças tropicais, que atingem um público específico e de forma pontual, o que dificulta o pleno desenvolvimento da saúde pública brasileira, em que a solução aparente para os problemas deste país seria criar uma indústria farmacêutica nacional, como a recém criada Hemobrás, no que se refere à produção e manipulação de hemoderivados (o futuro da questão do sangue no país).
É imprescindível o fortalecimento das pesquisas nacionais acerca da busca pela cura de doenças tropicais, intensificando-se os investimentos privados ou do setor público, em prol do desenvolvimento de vacinas e medicamentos para sanar uma lacuna histórica e contemporânea de atraso, viabilizando uma maior consistência e integralização do Sistema Único de Saúde.            


REFERÊNCIAS:


Doenças Negligenciadas. Disponível em: <http://www.abc.org.br/IMG/pdf/doc-199.pdf> Acesso em: 28 de nov. 2014.
Indústria Farmacêutica. Disponível em: <http://boaspraticasfarmaceuticas.blogspot.com.br/2009/04/doencas-negligenciadas-e-industria.html> Acesso em: 28 de nov 2014.

7 comentários:

  1. As doênças crônicas são observadas pelas industrias farmaceuticas como a forma mais facil e duradoura de se obter lucro, afinal de contas, entre escolher em curar ou prevenir pontualmente, elas preferem tratar com longevidade, o paciente passa a ser um cliente cativo, as vezes sem muita opção de escolha, devido as patentes alguns medicamentos são de monopólios de grandes indústrias, o que o torna mais caro e dificulta o seu acesso, no entanto, geram mais dividendos. As doenças tropicais, que coincidentemente tem surtos ou são endemicos em países tropicais, não recebem a devida atenção em pesquisas, talvez coincidetemente pelo fato da maior parte da população não ter uma renda que garanta uma vida digna, entre as doenças que são endemicas nos trópicos, inclusive no Brasil, e que não foram citadas no texto, temos a Malária e a Febre Amarela, vale destacar:
    Malária: Doença causada por quatro espécies de protozoários do gênero Plasmodium (P. falciparum, P. vivax, P. malariae e P. ovale) está presente em 110 paises, É a principal causa de morte na África subsariana, matando cerca de 3.000 crianças por dias. O tratamento vem sendo feito com medicamentos à base de cloroquina e mais recentemente de artemisina. Duas novas combinações, usando artesunato + mefloquina e artesunato + amodiaquina, vêm sendo recomendadas como tratamento de primeira linha. Cabe ressaltar que existem várias instituições públicas e privadas que vêm realizando intenso investimento em pesquisas sobre a malária. Neste contexto, ela não pode ser mais considerada como uma doença negligenciada. No entanto, no Brasil ainda dispomos de um número reduzido de pesquisadores atuando na área, sobretudo no que se refere à pesquisa básica em P. vivax.
    Febre Amarela: A febre amarela é também causada por um vírus da família Flaviviridae (gênero Flavivirus), o vírus da febre amarela sendo transmitida na América do Sul em sua forma silvestre principalmente por mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes e na África do gênero Aedes; os macacos são os hospedeiros. Em ambos continentes, a forma urbana sem caso nas Américas, tem como vetor o A. aegypti. A OMS estima que cerca de 200.000 pessoas sejam infectadas anualmente com cerca de 30.000 mortes no período. Os dados epidemiológicos apontam para um crescimento da doença a partir de 1980, razão pela qual tem sido designada como uma doença re-emergente. No Brasil a letalidade tem sido elevada, nos últimos 20 anos situa-se em torno de 45%, com ocorrência de surtos alternando-se a cada dois ou três anos. A expansão da área com transmissão nos últimos cinco anos no Brasil e Cone Sul, ficou muito evidente nas recentes epidemias descritas na Argentina, Paraguai e Brasil. Em nosso país, os estados de Goiás, Pará e Minas Gerais são os que mais notificam casos. Entretanto, a ocorrência de surtos em 2008 e 2009 nos estados do Rio Grande do Sul e São Paulo, em áreas com mais de 50 anos sem transmissão, mostram que a força de transmissão da febre amarela cresce e emerge a cada ano, se dirigindo para o litoral, região mais populosa do Brasil e com baixa cobertura vacinal (~20%); esses episódios tiveram inclusive grande repercussão nos meios de comunicação. Nesse cenário, faz-se necessário que novos estudos sejam desenvolvidos objetivando entender a atual situação epidemiológica, as alterações climáticas e ambientais na gênese da expansão da febre amarela, e também, em face da ocorrência de casos de visceralização pela vacina 17D, que pesquisas sejam realizadas sobre aspectos imunológicos e genéticos vinculados à vacina e à população imunizada; finalmente, o estudo das características filogenéticas é necessário para o entendimento da epidemiologia molecular da virose amarílica.
    FONTE:
    http://www.abc.org.br/IMG/pdf/doc-199.pdf

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  2. "No mundo atual está se investindo cinco vezes mais em remédios para virilidade masculina e silicone para mulheres do que na cura do Mal de Alzheimer.
    Daqui a alguns anos teremos velhas de seios grandes e velhos de pinto duro, mas que não se lembrarão para que servem". A frase de Dráuzio Varella traduz o sentido das indústrias farmacêuticas: produzir dinheiro. O foco da atenção voltado aos "remédios de ricos" se explica justamente por isso e renegam grande parte da população mundial, cerca de 90%, e pouco se investindo nas doenças dos menso favorecidos. Trazendo à tona também a questão das patentes dos remédios. A essência do regime de propriedade intelectual é garantir ao inventor uma recompensa pela invenção, assim como a oportunidade de recuperar o investimento na pesquisa que o levou à invenção. A proteção de propriedade intelectual pode, entretanto, afetar o usufruto do direito à saúde e respectivos direitos humanos de diversas formas. A proteção de propriedade intelectual pode afetar intensamente a pesquisa médica e isso pode recair sobre o acesso a medicamentos. Por exemplo, a proteção de patente pode promover a pesquisa médica, ajudando a indústria farmacêutica a financiar os custos de teste, desenvolvimento e aprovação de medicamentos. Contudo, a motivação comercial dos direitos de propriedade intelectual incentiva a pesquisa, primeiro e principalmente, na direção de doenças “lucrativas”, enquanto as doenças que predominantemente afetam pessoas em países pobres – tais como oncocercose, conhecida como “cegueira dos rios” – permanecem pouco pesquisadas.
    Fonte: http://pensador.uol.com.br/frase/NTQ5MTA4/
    http://www.surjournal.org/conteudos/artigos4/port/artigo_nwobike.htm

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  3. O mesmo Sistema Único de Saúde (SUS) que fez mais de 22 mil cirurgias de transplantes de órgão e lida diariamente com doenças relacionadas a um novo estilo de vida imposto pela modernidade do século 21 - corrido e ao mesmo tempo sedentário -, ainda precisa prestar atendimento a pessoas com enfermidades que se expandiram desde o século 19. As chamadas “doenças negligenciadas” têm um determinante social muito forte e suas sequelas alimentam o círculo da pobreza. Renda, condições de educação, de saneamento e água influenciam bastante na permanência dessas doenças, por isso são consideradas doenças relacionadas à pobreza. As doenças negligenciadas consideradas prioritárias pelo governo federal são dengue, doença de Chagas, leishmaniose, malária, esquistossomose, hanseníase e tuberculose. Outra característica desses males é que, de forma geral, são negligenciados pela indústria farmacêutica global. Esta não tem interesse em investimento de pesquisa para geração de vacina, de medicamentos, porque é um mercado pobre, a atividade econômica não dá sustentação para um mercado global. Outro problema é a omissão da rede pública de saúde na atenção a essas populações. Muitas vezes nos temos o medicamento, mas o serviço de saúde não propicia o acesso à população suficiente para solucionar os problemas.

    http://www.fiocruz.br/rededengue/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=226&sid=3

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  4. São consideradas “doenças negligenciadas” as enfermidades caracterizadas por incidirem (principalmente) em regiões tropicais, por serem mortais ou muito graves e afetarem um país ou região de maneira endêmica, e pelo fato das opções para o seu tratamento não existirem, serem inadequadas (podendo inclusive ser tóxicas) ou ultrapassadas e com pouca eficácia. Em geral estas enfermidades não recebem atenção dos grandes laboratórios farmacêuticos no que se refere à pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos, porque estão presentes e vitimam as populações das regiões mais pobres do planeta e dessa maneira se tornam um grande problema na área da saúde pública desses lugares. O problema representado pelas doenças negligenciadas se tornou mais evidente nos últimos 40 anos, com o grande avanço e desenvolvimento tecnológico, o que gerou um grande conhecimento acumulado na área da medicina, mas deixou várias populações à margem de seus feitos, sofrendo com enfermidades que não recebem quase investimento por parte da indústria farmacêutica no tocante às questões de pesquisa e desenvolvimento de novas drogas. De acordo com a pesquisa realizada pelo Instituto George para a Saúde Internacional com apoio da Fundação Bill & Melinda Gates que analisou e quantificou os investimentos em inovação e pesquisas para o combate às doenças negligenciadas, usando dados referentes ao ano de 2007, apenas 9% dos recursos globais para pesquisa e desenvolvimento na área de doenças negligenciadas foram providos pela indústria farmacêutica privada, quase todo o investimento nessa área vem de instituições filantrópicas e sem fins lucrativos (21,5%), e de instituições governamentais e públicas (69,5%) que não conseguem, na maioria das vezes, manterem esses investimentos ao longo dos anos. Ainda que exista um grande volume de pesquisa para a produção de medicamentos que combatam essas doenças negligenciadas, a grande maioria é feita em universidades e institutos públicos, e isso não garante a produção de novas drogas porque nos últimos anos o setor privado detêm os métodos mais eficientes e condição financeira para fazer a pesquisa clínica e os testes com as substâncias elencadas que darão origem ao novo medicamento. Considerando esse cenário, foi criada a iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi, sigla em inglês). Quando a MSF foi laureada com o Prêmio Nobel da Paz, em 1999, ela destinou os recursos recebidos para o desenvolvimento de um modelo alternativo de P&D de novos medicamentos para tratar as doenças negligenciadas, o DNDi. O principal objetivo da organização é fornecer de seis a oito novos tratamentos que atendam às necessidades dos pacientes. Como objetivo secundário, a DNDi se esforça para utilizar e fortalecer a capacidade de pesquisa existente nos países endêmicos, bem como conscientizar a opinião pública e despertar maior responsabilidade dos governos sobre a necessidade de desenvolver novos tratamentos para as doenças negligenciadas.

    Fonte:

    http://bioquimicamanipulada.blogspot.com.br/2014/10/os-invisiveis-para-industria.html

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  5. Doenças causadas por agentes infecciosos e parasitários, como Doença de Chagas, Doença do Sono, Leishmanioses, Malária, Febre Amarela, Tuberculose, entre outros, entram na categoria de doenças negligenciadas. Essas doenças são mais comuns em regiões com menor concentração de riquezas, o que causa o desinteresse da indústria farmacêutica.
    No Brasil, as doenças negligenciadas também sofrem com uma disponibilidade de recursos muito aquém do necessário ao seu combate. Nesse sentido, é um desafio para a comunidade científica brasileira criar meios de se diagnosticar, tratar e superar tais doenças com os orçamentos destinados ao setor.

    É importante alterar o tratamento destinado a essas doenças, visto que a dengue, leishmaniose e doenças de chagas poderiam ser eliminadas do território brasileiro, com grande benefício à saúde.
    FONTE
    http://www.abc.org.br/rubrique.php3?id_rubrique=92

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  6. Reiterando o comentário do Carlos Alberto, em que Dráuzio Varella destaca o cunho capitalista e comercial das indústrias farmacêuticas que produzem apenas dinheiro, e produzem este dinheiro nas mais distintas modalidade e de acordo com a moda.
    É revoltante saber que pessoas em vulnerabilidade social, estão sujeitas aos mais diversos processos patológicos e que não há um tratamento de cura ou um tratamento mais eficaz que possa restabelecer condições saudáveis novamente.
    Nesse cenário de doenças negligencias como tuberculose, hanseníase, dengue, malária, doença de Chagas, leishmaniose e esquistossomose, o governo tenta assegurar o acesso ao tratamento de cura ou paliativo à estes indivíduos portadores tentando sanar a problemática. Um exemplo claro, é o tratamento de cura realizado na Atenção Básica (Equipes de Saúde da Família) de Tuberculose e Hanseníase, em que o paciente recebe as doses necessárias, podendo retornar as suas atividade normais após o término do mesmo.
    Na tentativa de evitar o problema antes que ele instale-se, o governo possui equipe dos centros de zoonoses responsáveis por fiscalizar e atuar eliminando condições propícias ao desenvolvimento das doenças, além de realizar a dedetização nas ruas eliminando mosquitos vetores de doenças, como a dengue.
    Como solução, partilha-se da ideia citada no texto, em que o governo deve fermentar a pesquisa em suas estruturas básicas (universidades), tal como propiciar a implantação de indústrias que possam atender essas demandas, possibilitando um bem estar geral e coletivo para a saúdo do país.

    Universidade Aberta do SUS. Disponível em http://www.unasus.gov.br/noticia/fiocruz-e-ird-da-franca-vao-construir-sistema-de-informacoes-sobre-malaria Acesso 04 Nov 2014.

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  7. Um estudo recente sobre o financiamento mundial de inovação para doenças negligenciadas (G-Finder2, na sigla em inglês) revelou que menos de 5% deste financiamento foram investidos no grupo das doenças extremamente negligenciadas, ou seja, doença do sono, leishmaniose visceral e doença de Chagas, que foram tratadas na postagem, ainda que mais de 500 milhões de pessoas sejam ameaçadas por estas três doenças parasitárias. Uma das doenças negligenciadas que mais está em voga nos últimos meses é o ebola, que desde 1975 vem fazendo vítimas na África, porem agora, ao atingir pessoas de classe mais rica, está tendo a atenção necessária. (É possível saber mais sobre o Ebola no blog do colega Davi Pereira, http://bioquimicadoebola.blogspot.com.br/)
    As doenças negligenciadas são um problema global de saúde pública, mas a P&D das indústrias farmacêuticas é orientada quase sempre pelo lucro, estando o setor industrial privado focado nas doenças globais para as quais medicamentos podem ser produzidos e comercializados com geração de lucros. Com baixo poder aquisitivo e sem influência política, os pacientes e sistemas de saúde mais pobres não conseguem gerar o retorno financeiro exigido pela maior parte das empresas voltadas ao lucro.
    Já que a indústria farmacêutica é uma fraca aliada no combate a essas doenças, resta investir em duas possibilidades: o surgimento de mais empresas estatais que foquem em pesquisa de doenças negligenciadas, assim como a Hemobrás citada na postagem; o maior investimento por parte do Estado em prevenção, seja combatendo os vetores de transmissão, seja instruindo a população através de campanhas nas escolas e nas Unidades Básicas de Saúde.
    Fonte: http://www.agencia.fiocruz.br/doen%C3%A7as-negligenciadas

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