Ocorrem no sangue diversos processos metabólicos de fundamental importância para a homeostase dos indivíduos, e que serão abordados em postagens futuras, como o controle da glicose e dos lipídeos, por exemplo. Portanto, o blog irá tratar de temas variados, relacionados à bioquímica do sangue, mas dosados com o pragmatismo das relações contemporâneas.
Como se é sabido, o sangue é um líquido que percorre por todo o corpo por meio de vasos, de maior ou menor calibre, como as artérias e veias, representando 7% do peso corporal de uma pessoa saudável. É composto por glóbulos sanguíneos (eritrócitos ou hemácias, plaquetas e leucócitos ou glóbulos brancos) e pelo plasma. Sendo sua principal função o transporte destas células, seja para a oxigenação dos tecidos, coagulação do sangue, ou ainda para a defesa do organismo, além de transportar substâncias como os hormônios, drogas e metabólitos (JUNQUEIRA, 2013).
Como se é sabido, o sangue é um líquido que percorre por todo o corpo por meio de vasos, de maior ou menor calibre, como as artérias e veias, representando 7% do peso corporal de uma pessoa saudável. É composto por glóbulos sanguíneos (eritrócitos ou hemácias, plaquetas e leucócitos ou glóbulos brancos) e pelo plasma. Sendo sua principal função o transporte destas células, seja para a oxigenação dos tecidos, coagulação do sangue, ou ainda para a defesa do organismo, além de transportar substâncias como os hormônios, drogas e metabólitos (JUNQUEIRA, 2013).
"Quem nunca foi à farmácia comprar um analgésico após aquela 'dorzinha de cabeça', que atire a primeira pedra!"
A primeira postagem faz referência ao uso indiscriminado dos medicamentos à base de paracetamol, como o conhecido tylenol. O fato é que os analgésicos de acetaminofeno caíram no "gostinho popular", e cada vez mais pessoas se automedicam com tais drogas, negligenciando o uso da bula e aumentando as estatísticas de intoxicação, seja por falta de informação ou pelo comodismo de cessar as conhecidas cefaleias ou dores musculares (o que pode ser um perigo! Principalmente porque estes sinais podem ser reflexos da manifestação de doenças mais sérias).
O paracetamol, após absorção, entra na corrente sanguínea, e atua por inibição da cascata do ácido araquidônico, impedindo a síntese de prostaglandinas, mediadores celulares pró-inflamatórios, responsáveis por várias manifestações da inflamação, como a dor.
Assim, parte do acetaminofeno que foi levado pelo sangue para ser metabolizado no fígado, sofre uma N-hidroxilação mediada pelo citocromo P450 para formar N-acetil-benzoquinonaimina, um intermediário altamente reativo e que normalmente reage com grupos sulfidrila de glutaniona (GSH), tornando-se inofensivo no fígado (WATKINS, 2012).
No entanto, em altas doses, o metabólito é capaz de realizar a depleção da glutaniona, originando um quadro de hepatotoxicidade, ao ingerir-se, por exemplo, mais de 4g do medicamento ao dia.
Não obstante, o sangue e seus metabólitos passam por uma filtração nos rins, o que pode complicar o quadro de um paciente com overdose medicamentosa, uma vez que a nefrotoxicidade, ou toxicidade dos néfrons (unidades funcionais dos rins), caracteriza-se pela necrose do túbulo coletor, propiciando uma maior excreção de água, além de sódio, potássio, glicose e proteínas.
Mas afinal, de onde vem a automedicação? Por que as pessoas não leem a bula?
Muito provavelmente, o médico seja o responsável por essa inversão de valores. Sobretudo, no que se refere à relação médico-paciente, na qual muitos brasileiros foram "acostumados" a relacionar a ida ao médico com a prescrição imediata de medicamentos. Quando na verdade, muitos desses medicamentos poderiam ser substituídos por práticas físicas, uso de fitoterápicos, ou simplesmente, nada.
Isso! Há pacientes que sentem a necessidade de simplesmente irem ao médico. E em meio a toda essa complexidade humana, pontua-se a maior falha desse feedback: a própria formação médica no país. Fazendo-se necessária uma reavaliação do aproveitamento biopsicossocial nos seus 6 anos de formação básica, bem como a introdução prévia do futuro profissional em meios de convivência, para o desenvolvimento de sua percepção humana, para que se possa aprender a dizer para o seu paciente como utilizar o medicamento, os riscos das altas dosagens, bem como instruindo-o a ler a bula do medicamento. Ocultação de informação e instrução é negligência!
REFERÊNCIAS
JUNQUEIRA, L.C.; CARNEIRO, José. Histologia Básica. 12 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
KLAASSEN, C.D.; WATKINS III, J.B. Fundamentos em Toxicologia. 2 ed. São Paulo: Artmed, 2012.
LOPES, Juliana; MATHEUS, Maria Eline. Risco de hepatotoxicidade do paracetamol. Disponível em: < http://www.rbfarma.org.br/files/rbf-2012-93-4-3.pdf > Acesso em: 30 de set. 2014.
LOPES, Juliana; MATHEUS, Maria Eline. Risco de hepatotoxicidade do paracetamol. Disponível em: < http://www.rbfarma.org.br/files/rbf-2012-93-4-3.pdf > Acesso em: 30 de set. 2014.